Iniciamos nossas postagens aqui no blog falando sobre atividades ao ar livre e posteriormente sobre montanhismo. Ambos assuntos abrangem todas nossas atividades e por isso decidimos iniciar nossas postagens falando um pouco sobre cada um.
Dando continuidade ao nosso trabalho aqui no blog, abordaremos agora um pouco sobre cada modalidade de escalada, que é uma das principais atividades da Cael Eco Adventure.
A escalada é um termo “genérico” que envolve diversas modalidades, cada uma com características distintas. De um modo geral, trata-se de subir em superfícies verticais como paredões de rocha ou gelo, blocos de rocha (boulder), falésias e montanhas rochosas, normalmente utilizando equipamentos de segurança para evitar possíveis acidentes (desde que usados da forma correta).
Dessa forma, a escalada é uma ramificação do montanhismo e que se divide em duas vertentes maiores, a Escalada Artificial e a Escalada em Livre.
A escalada artificial é uma modalidade em que a progressão se dá em apoios artificiais, e o escalador sobe utilizando diversos equipamentos para ficar pendurado e progredir pisando normalmente em estribos de fitas. Numa primeira impressão, parece que se trata de uma escalada mais fácil, entretanto é justamente o contrário, pois as técnicas utilizadas apresentam diversos graus de complexidade e o avanço é muito lento, podendo levar várias horas para progredir poucos metros.
Na escalada em livre, diferente da escalada artificial, o escalador progride se utilizando de apoios naturais (agarras) proporcionados pela formação rochosa e varia muito de local para local. O praticante se utiliza de mosquetões, fitas e outros equipamentos que irão apenas segurá-lo em caso de uma queda, tornando o esporte mais seguro e atrativo. Dentro da escalada em livre existem diversas modalidades, onde o interessado pode se dedicar a uma delas ou até mesmo praticar mais de uma (o que normalmente acontece).
• Alta Montanha – como o nome já diz, as escaladas em alta montanha podem ser feitas apenas “caminhando” (isso não quer dizer que é fácil) ou se utilizando de técnicas verticais. Normalmente feita em cordilheiras onde as montanhas atingem altitude acima dos 4.000m e muitas vezes envolve grande logística, com equipes de apoio e muitos dias de aclimatação para se alcançar o cume da montanha.
• Escalada Alpina – possui aspectos muito similares à escalada de alta montanha. Se trata de uma escalada mais “rápida” e comprometedora, onde o(s) montanhista(s) sobem determinada montanha se utilizando de variadas técnicas verticais, com pouco equipamento e mantimentos (justamente para ser uma escalada mais leve e rápida). Não se utilizam cordas fixas, informações prévias da via a ser percorrida e acampamentos avançados.
• Big Wall – consiste na escalada de grandes paredes, normalmente acima dos 500m de altura e de longos períodos de duração. Não é a altura que define essa modalidade, mas sim a via a ser percorrida e como ela é feita, por isso podem se passar dias escalando sem descer até concluir essa via. Para isso é necessário um ótimo planejamento e logística dessa atividade, assim como estar atento às mudanças repentinas de clima. Além dos equipamentos para realizar a escalada, leva-se mantimentos (comida e água), portaledge (barraca especial para ambiente vertical) e demais utensílios de acordo com a necessidade de cada desafio.
• Escalada Tradicional (trad) – foi a modalidade mais escalada até meados da década de 1980 e possui uma visão mais filosófica do esporte. Com paredes que passam facilmente os 100m de altura, a escalada tradicional exige boa preparação física e mental, além de vasto conhecimento técnico no uso de equipamentos e procedimentos de progressão e segurança. Nos dias de hoje já é possível escalar vias com proteções fixas (mais seguras), mas até pouco tempo as escaladas eram feitas apenas com equipamento móveis, os quais eram colocados e retirados durante a escalada.
• Escalada Esportiva – modalidade mais recente e que possui o maior número de praticantes no mundo todo, com vias que dificilmente chegam a 50m de altura. É ideal para aqueles que desejam iniciar no esporte, pois é relativamente mais segura (as vias são previamente equipadas) e menos complexa no uso de equipamentos e procedimentos. O objetivo principal é chegar ao final de determinada via de escalada sem quedas, onde é possível tentar inúmeras vezes até conseguir realizar o feito. Com proteções fixas e próximas uma das outras, pode-se atingir níveis de dificuldade extremamente elevados, pois em caso de quedas, estas estarão bem seguras.
• Boulder – estilo de escalada praticado em blocos de rocha com alturas menores (normalmente até 6m e altura) e sem o auxílio de cordas e equipamentos. As possíveis quedas serão amortecidas por uma espécie de colchão especial chamado crash pad. Mas isso não quer dizer que não há risco, é necessário que tenha algum parceiro junto para ir movimentando o crashpad para que o escalador em caso de queda, não caia fora do colchão. Muito usado para treino e possui uma dinâmica muito forte e divertida, e pode-se escalar com um grupo maior de amigos de forma quase que simultânea.
• Escalada indoor – Surgiu praticamente junto com a atual escalada esportiva na Europa, quando os invernos rigorosos impossibilitavam a prática da modalidade no meio natural. Para não perder o condicionamento, os escaladores começaram a construir pequenas paredes de madeira (em garagens e galpões) e colocadas diversas agarras artificiais, dispostas de tal forma que simulassem as escaladas na rocha. Através dela possibilitou-se o estudo e implementação de treinos programados, fazendo com que os graus de dificuldade fossem superados (e continuam sendo) ao longo dessas últimas décadas. Vale ressaltar que existem três modalidades de escalada indoor – o boulder, lead (dificuldade) e speed (velocidade) – e ambas ser tornaram esportes olímpicos recentemente.
Essas são as principais modalidades de escalada praticadas no mundo. Dentro de cada uma delas poderá haver variações de acordo com o gosto e estilo de cada escalador. De qualquer forma todas elas são amparadas pela ética do montanhismo e devemos zelar por ela e pelos lugares naturais que frequentamos, para deixar esse legado às novas gerações.
No responses yet